Que a injustiça seja feita

Túlio era um homem muito paranóico, um pouco nervoso, e meio atrapalhado. De manhã era de seu costume assistir o jornal na televisão, o tema naquele dia era de assalto no trânsito, e como de costume, Túlio assistiu todo o jornal, e não só assistiu como também prestou muita atenção. Depois que terminou o jornal Túlio foi embora para o trabalho.
Derrepente, no caminho ao seu trabalho, um desses meninos de rua bate na porta de seu carro. Ele, todo assustado, quase deu um pulo no banco que estava sentado, automaticamente, sem pensar duas vazes, Túlio abre a porta bruscamente, a fim de atingir o “bandido”, depois disso, Túlio saiu de seu carro e espancou o pobre menino. Depois que ele tinha espancado o pobre coitado deu conta de que aquele menino não era um bandido, mas já era tarde, o estrago ele já havia feito, e para piorar a situação, um policial viu tudo e vinha à sua direção.
- O que está acontecendo aqui? – disse o policial.
- Uê? Tu é sego??? – respondeu ironicamente Túlio.
- Chega de gracinha rapaz! Bora pra delegacia! – disse o policial.
Chegando na delegacia, Túlio pediu um advogado, mas os policiais perguntaram se ele tinha um, Túlio negou, e falou que não tinha condições de pagar um, então um dos policiais falou que tem advogados “grátis”, aí Túlio imediatamente pediu um para ele.
Nove horas depois chega o advogado público, chagando na cela de Túlio, o advogado disse:
- Você é que é o... – sem lembrar o nome de seu cliente.
- Ahhh! Ta aqui. Tú-li-o – disse, puxando do bolso um papel que estava escrito o nome e tudo mais sobre o ”caso”.
- Sim, sou eu. – responde Túlio.
Mas o que mais surpreendeu nessa conversa foi que o advogado era mais atrapalhado do que o próprio Túlio.
No fim da conversa, Túlio perguntou:
- Mas... Quantos anos eu devo ficar em cana?
- 60. – respondeu o advogado.
- Pode dizer, eu já estou sentado! – disse Túlio.
- Não Túlio! Você deve ficar aqui mais ou menos uns 60 meses. – esclarece o advogado.
Duas semanas depois chega o dia do julgamento. O juiz confirma a sentença, 5 anos de regime semi-aberto, e derrepente Túlio ouve um barulho muito forte, era o alarme de seu despertador tocando, e ele acordou de seu sonho.